Boaventura: En Brasil quieren aprovechar la crisis para crear un Estado de capitalismo salvaje
Boaventura: En Brasil quieren aprovechar la crisis para crear un Estado de capitalismo salvaje
Companheiros e companheiras, Falo de Portugal, da minha aldeia, do isolamento voluntário em que me encontro, para mandar duas mensagens muito rápidas. A primeira é que essa grande crise humanitária que estamos vivendo deixa claro duas coisas; em primeiro lugar a total falência dos governos de direita e de extrema direita para salvar vidas, poupar vidas, num momento de crise tão grave porque põem seus interesses econômicos acima dos interesses da vida, exemplos: Inglaterra, Estados Unidos, Índia e o Brasil. Mostram também duas coisas, independentemente da urgência, os países menos atingidos pela lógica neoliberal do capitalismo selvagem e bárbaro, disposto a sacrificar vidas para salvar os seus lucros, resolvem melhor os problemas da crise que todos os outros: Singapura, Taiwan e China. Mas o Brasil tem um caso especial porque o Brasil não tem um problema de saúde pública, tem dois problemas de saúde pública: a pandemia e o presidente Jair Bolsonaro. Jair Bolsonaro é obviamente um homem transtornado mentalmente, um louco que deve sair do poder o mais rápido possível.
Mas a sua loucura não é indiscriminada, a sua loucura serve para aquilo que os interesses econômicos das elites brasileiras, que o puseram no poder, querem continuar possuindo. É aproveitar essa crise para destruir toda a lógica da proteção do trabalho e dos trabalhadores do Brasil, toda a lógica social, de políticas sociais, aproveitando a crise para criar um Estado completo de um capitalismo totalmente selvagem. É isso que ele está fazendo. Mas é verdade que há lutas importantes e urgentes. A luta importante é evitar que essa política siga adiante, a luta urgente é impedir Bolsonaro de continuar no poder, são as duas crises que estão relacionadas. A pandemia é importante obviamente e é a mais importante de todas, mas a mais urgente é que Bolsonaro deixe de ser o presidente do Brasil. E depois, as forças de esquerda que tem estado perturbadoramente silenciosas nesse caso, apesar dos panelaços, é evidente que é muito importante saber que a luta depois começa.
Uma luta muito forte porque o próximo presidente, nesse caso o Mourão, certamente vai querer continuar seguindo as políticas de proteção dos interesses econômicos da burguesia que puseram em primeiro lugar o Bolsonaro no poder. E aí tem que ver uma luta obviamente, tem dois problemas depois: um problema econômico que é Paulo Guedes e um problema político que é Sérgio Moro. São as lutas que é preciso travar a seguir. Mas a luta mais urgente é essa. Eu peço a todos os brasileiros e as brasileiras a realizarem o quanto antes seja de esquerda ou de direita, o exemplo dos governadores é um bom exemplo, é preciso tirar esse homem do poder e toda a sua família, e toda a corja de máfia miliciana que está à volta dele e que querem destruir o Brasil. É essa a missão de agora. Um grande abraço solidário aqui de Portugal.